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- Lagoa irá recriar a “Festa da Família Agrária”, no âmbito das comemorações dos 250 anos da criação do concelho.
Lagoa irá recriar a “Festa da Família Agrária”, no âmbito das comemorações dos 250 anos da criação do concelho.
Lagoa irá recriar a grandiosa “Festa da Família Agrária, nos dias 27 e 28 de maio, recriando aquela que era uma das grandes festividades religiosas do concelho.
No ano em que o concelho de Lagoa comemora 250 anos, o Município de Lagoa, a Fabrica da Igreja de Lagoa, o Convent´Bio, as coletividades e a comunidade, em geral, irá recriar a “Festa da Família Agrária”. Uma festa da década dos anos 60 e inícios da década seguinte, que consistia na grande manifestação da fé católica de Lagoa.
A feliz ocasião dos 250 anos da criação do nosso concelho, que assinalamos desde 16 de janeiro através de um programa cultural dedicado, fez reacender a memória coletiva da Festa por parte das nossas comunidades, sendo natural a decisão de incluir uma nova recriação menos alegórica e mais cerimonial no plano das atividades comemorativas da efeméride
Assim, no dia 27 de maio realiza-se a Grandiosa Procissão de Velas, que partirá da Igreja Matriz de Lagoa, pelas 20h00, e terá como ponto de chegada a Capela do Carmo. No dia 28 de maio, tem lugar o Cortejo Processional “A Família Agrária”, que sairá da Capela do Carmo, pelas 18h00, e terminará na Igreja Matriz de Lagoa.
O Município de Lagoa colocará à disposição da população autocarros para trazer a população do Convento do Carmo para a cidade de Lagoa, no dia 23 de maio, pelas 23h00. No dia 28, o Município de Lagoa colocará, igualmente, autocarros à disposição da população, tendo como ponto de recolha o Auditório Municipal Carlos do Carmo, pelas 15h00, para transportar a população da cidade de Lagoa para o Convento do Carmo.
A Festa da Família Agrária consistia na realização de duas procissões solenes em honra de Nossa Senhora de Fátima: uma, de velas, na noite de sábado, que saía da Igreja Matriz para a Capela do Carmo; outra, domingueira, que tinha forte adesão popular e fazia retornar a imagem ao seu templo. Nos últimos anos, as celebrações incluiriam, não apenas os rituais da enraizada devoção à “Virgem Aparecida”, mas também uma componente pedagógica com palestras a cargo de leigos especializados em matérias da vida cristã.
Ficaria conhecida como “Festa do Trabalho”, por promover a sua glorificação à luz da mensagem cristã; “Festa dos Tratores”, por dela tomarem parte agricultores e proprietários rurais com as suas alfaias; ou “do Carmo”, por se realizar no antigo mosteiro de clausura de frades carmelitas, na quinta agrícola da família Cabrita.
A primeira vez de que há registo de se ter realizado é em 1961. Regra geral, ocorria no último fim de semana de maio, mas anos houve em que foi em junho. Organizada pela Paróquia de Nossa Senhora da Luz, contava com o envolvimento da Ação Católica Portuguesa, através da Liga e Juventude Agrárias Católicas. O pároco de Lagoa, António Martins de Oliveira, figura proeminente na sociedade lagoense de então, foi responsável pela sua realização e por tê-la tornado, a partir de 1966, num certame de todo o concelho.
O significado e simbolismo da Festa da Família Agrária eram-lhe conferidos por cincos aspetos: a Veneração a Nossa Senhora de Fátima, que fazia sair à rua a imagem da Igreja Paroquial; a Missa Campal no “Carmo”, mais tarde na Adega, com homilia do Bispo do Algarve e ofertório de produtos agrícolas; o cortejo processional dos “dísticos”, exibidos ao alto pelos naturais de todos os lugares da Paróquia; a participação dos tratores e alfaias agrícolas, qual retrato da economia de subsistência no tempo do Estado Novo; o louvor ao Trabalho e o seu encadeamento com a mensagem Cristã.
Em 1974, embora marco da religiosidade lagoense, a Festa da Família Agrária seria abruptamente interrompida. Para o seu fim poderá ter contribuído o condicionamento que provocava ao trânsito na EN125 e, seguramente, a eclosão da Revolução de Abril, episódio-chave da História de Portugal que provocou profundas transformações sociais no país. Não obstante, e contrariamente a outras festividades religiosas no concelho, nas décadas seguintes, não se propiciou a sua retoma.
Assim, como acontecimento ímpar da história de Lagoa, justifica-se plenamente a realização desta recriação, de uma exposição, ou a publicação de um artigo em revista científica.
“Convido todos os Lagoenses a participarem numa das festas que mais saudade e nostalgia traz aos Lagoenses, sobretudo aos nossos seniores, para que juntos possamos reviver e valorizar o nosso passado e a nossa identidade”, referiu Luís Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa.
Programa:
Dia 27 de maio
20h00 – Eucaristia (Igreja Matriz de Lagoa)
21h00 – Grandiosa Procissão das Velas (Igreja Matriz de Lagoa até ao Convento do Carmo)
Dia 28 de maio
15h30 – Concentração das Comunidades (Convento do Carmo)
15h30 – 17h30 – Degustação de Sabores Tradicionais
17h30 – Bênção dos campos e das coletividades
18h00 – Procissão
20h00 – Chegada à Igreja Matriz de Lagoa
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