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500 anos de Ferragudo
A valorização do conhecimento histórico e cultural de Ferragudo é uma missão que deve envolver, para além dos naturais deste local, todos(as) os(as) munícipes de Lagoa, prezando uma identidade com um Passado e Presente tão necessária para alicerçar a consciência e participação cidadã futura. Sob a égide deste princípio, a efeméride dos 500 anos da criação formal do lugar de Ferragudo foi uma oportunidade para gerar programação alicerçada num conjunto de iniciativas culturais e socialmente dinamizadoras, sob o lema: Ferragudo: 500 anos a Viver o Mar.
A localização estratégica desta vila, junto ao mar, na margem oriental do estuário e foz do rio Arade, ajuda a compreender a história do lugar, como zona de passagem e fixação de povos e de interesse comercial desde, pelo menos, a Idade do Ferro. Foi também neste local, em que rio e mar se encontram, que se preservaram muitos dos vestígios arqueológicos demonstrativos da continuidade e evolução da importância desta zona ribeirinha, que manteve uma vocação de cariz piscatório a par de um carácter defensivo e de controlo da circulação fluvial – este último, sobejamente demonstrado pelas evidências das sucessivas estruturas de fortificação que se foram edificando, destacando-se como um dos ex-libris do lugar: a fortaleza de São João Batista do Arade.
Quem hoje avista Ferragudo pode ainda observar um característico núcleo urbano e arquitetónico, que acompanha o declive natural da colina desde o rio até ao topo, no qual se ergue a Igreja Matriz – dedicada a Nossa Senhora da Conceição – que foi sendo reformada e adornada ao longo dos séculos.
Por via da Carta de Privilégios dada pela rainha D. Leonor a 21 de agosto de 1520 (confirmada a 22 de outubro de 1521 por D. Manuel e a 15 de novembro de 1525 por D. João III), a criação formal de Ferragudo partiu de uma umbilical ligação política e territorial a Silves. Contudo, o decurso da História veio revelar a gradual afirmação da sua importância e identidade pautada numa série de momentos chave: a criação da freguesia de Ferragudo por desanexação da de Estômbar, iniciada em 1749 e concluída em 1762; a separação do concelho de Silves e a integração em Lagoa, criada vila e sede de concelho, em 1773, e, por último, a elevação a vila, em 1999.
O Município de Lagoa contribuiu uma vez mais, em 2020, para o destaque de Ferragudo e das suas gentes com uma programação variada e inclusiva para todos(as) os(as) cidadãos(ãs), que promoveu desde o artesanato e a gastronomia, até às artes, passando pelos percursos performativos, bem como a realização de um colóquio.
Um estímulo à investigação e à divulgação de conhecimento, no qual se enquadrou ainda a edição Ferragudo: 500 anos de criação do lugar (1520-2020), onde se transcreve a Carta de confirmação de D. João III, de criação do lugar de Ferragudo (missiva que contém o teor do referido documento fundacional da povoação), acompanhada de um breve enquadramento histórico. Ainda no âmbito destas comemorações foi reeditada a obra Barlavento, do Dr. Luís António dos Santos (1889-1974), e publicado o estudo Ferragudo: uma economia local no Algarve setecentista, de David Roque, ambas com chancela da Câmara Municipal de Lagoa.